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PRO-JETO

RES-

UMO

INTR-

ODU

ÇÃO

Olá,

esse TCC nasceu da união de ideias deixadas para trás, mudanças e necessidades. De uma intervenção no espaço público, instalação interativa e de um simples bicicletário coletivo.

O projeto Cletos surge de análises do espaço público contemporâneo, do novo modo de viver e vivenciar a cidade, dos meios modernos de mobilidade e de morar, de consumir, compartilhar e interagir. Um bicicletário de bicicletas compartilhadas com, estrutura interativa e de permanência.

 

Século 21, vivenciamos a constante expansão das cidades e da multiplicação da população urbana, e como consequência, o aumento de congestionamentos e o tempo gasto com meios de transportes mecânicos (carros, ônibus, metrô) além da notável diminuição do tamanho dos novos apartamentos, kitnets e afins. Fatores como esses servem como incentivo a utilização de meios alternativos de transporte, e principalmente os de uso compartilhado e coletivo.

Em pesquisa realizada com 245 participantes de todo o país, desses 109 pessoas afirmam que não possuem bicicleta, mas que pretendem ter, e que 147 a utilizam (ou utilizariam, caso tivessem) como o principal meio de locomoção. Com base nesses e outros resultados, e pela vivência numa capital com estrutura para tal projeto, foi decidido pela concepção de um bicicletário interativo e de uso compartilhado a ser implantado na cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná e também a maior cidade da região sul do país.

Um projeto que visa a cultura do compartilhamento, o incentivo pelo uso da bicicleta como meio de transporte, não ocupa espaço nas residências e não possui custo para aquisição e manutenção pelos usuários.

OBJE-

TIVOS

Ofo bike-share service bicycles sit lined up in a street on November 23, 2017, in Beijing, China. TPG / Getty

O projeto Cletos, nasce da análise da realidade do espaço público na cidade de Curitiba-PR, de seus parques, sua malha cicloviária, espaços turísticos, o incentivo pelo ciclo turismo, e principalmente em sua ausência de bicicletários de uso compartilhado automatizado, sendo um transporte prático, ecológico, que conecta o usuário diretamente com o espaço, e condizente com o momento em que vivemos, além de um local que convide as pessoas para descansarem e socializarem, se opondo ao design hostil, tão empregado nos meios urbanos.

Sendo assim, a proposta deste projeto consiste na concepção de um modelo de plataforma física e virtual, para um sistema de compartilhamento de bicicletas a ser implantado na cidade de Curitiba - PR.

O projeto é elaborado diante de um processo de análise de possíveis usuários, o entorno curitibano e sua ampla malha cicloviária, além de experimentações de formas e visuais.

Assim, procura-se apresentar a concepção de modelo de uma estação de compartilhamento de bicicletas e sua plataforma virtual.

bike

sha-

ring

De acordo com Susan Shaheen e Stacey Guzman, co-diretora e pesquisadora do Centro de Pesquisa de Transporte e Sustentabilidade da Universidade da Califórnia, o serviço de Bike Sharing (chamaremos de compartilhamento de bicicleta) surgiu em Amsterdam no ano de 1965, onde 50 bicicletas pintadas de branco, foram espalhadas no centro da cidade, sem cadeados, para livre uso. Porém, com pouco tempo de funcionamento, as bicicletas foram furtadas ou depredadas. 30 anos mais tarde, em Copenhagen, surgiu um novo modelo de compartilhamento, onde as bicicletas possuiam aparência padronizada entre elas, e diferenciadas das bicicletas comuns, ficavam fixadas em estações, onde só tinham seu uso liberado após o pagamento de uma taxa de uso. Esse modelo teve um melhor funcionamento, porém ainda não tinha como identificar seu usuário, nem como controlar suas bicicletas.

 

Nos anos 2000, com o avanço do tecnologia de informação, um novo formato mais viável de compartilhamento surgiu e se espalhou pelo mundo todo. Em 2014, sistemas públicos de compartilhamento de bicicletas estavam disponíveis em mais de 50 países, 712 cidades, operando com aproximadamente 806200 bicicletas, em 37500 estações. Hoje, o sistema de compartilhamento de bicicletas pode ser considerado um meio de incentivo ao uso da bicicleta como opção de transporte prático e barato, sendo uma alternativa para usos pontuais e rápidos em meio urbano, se opondo ao uso de veículos motorizados, congestionamento, barulho e poluição. Além de uma boa opção para pessoas que não possuem meios ou interesse de adquirir uma bicicleta, além de não precisar lidar com sua manutenção periódica, preocupação com espaço para armazenamento, estacionamento e afins.

 

Esse sistema pode ser gerido em diversos formatos, como Programas de Bicicletas Comunitárias, organizado por grupos da comunidade local sem visar lucros, como a IIT Bombay, ou Programas de Cidades Inteligentes - implementadas pelo governo e ainda integradas com o sistema de transporte público, parcerias público-privado ou operado por companhias privadas, como na maioria dos casos.

 

Os modelos atuais de compartilhamento possuem diferentes meios de funcionamento, como:

REF-

EREN

CIAL

bicicletas espalhadas dentro de um câmpus universitário, onde o usuário pode utilizá-las livremente dentro desse espaço determinado e deixá-las sem cadeado para que outros possam utilizá-las também.

bicicletas liberadas por depósito de moedas em terminais específicos.

o usuário deve possuir cadastro para utilização das bicicletas, pagando seu uso por planos (diário, semanal, mensal ou anual). Para a liberação da bicicleta, o usuário deve possuir um cartão físico para desbloqueio, ou digital como QR Codes e códigos de acesso, além de ser responsável por qualquer dano causado e correta devolução em outras estações após seu uso.

o mais novo modelo de compartilhamento, onde não há a existência de terminais para retirada e devolução. Cada bicicleta possui seu próprio sistema de trava e identificação de liberação de usuário, podendo ser encontrada e deixada em qualquer lugar.

não regulamentadas

por depósito

associ

ação

dock

less

A rede de compartilhamento de bicicletas já possui efeitos significativos, tanto positivos quanto negativos no mundo todo. Como a redução de congestionamentos e poluição das cidades, ser  uma possível concorrente ao sistema de transporte público, o que num breve futuro poderá causar a diminuição do preço das passagens dos mesmos, dado seu baixo custo para utilização, além de exigir que cidades deixem de ser projetadas pensando apenas em vias para automóveis. Já os pontos negativos, seriam a diminuição de espaços para estacionamento de veículos, já que normalmente os terminais ocupam espaços de vagas. E o grande acúmulo de bicicletas em determinados pontos da cidade, porém apenas em locais onde há o modelo “dockless”.

 

Uma parceria entre Google e MetroBike gerou um mapa global, intitulado de “Bike Sharing World Map”, onde mostra todos os pontos de compartilhamento de bicicletas ao redor do mundo, junto com algumas informações básicas, como empresa e algumas notícias disponíveis.   

CICLO

MOBIL

IDADE

EM CURI-

TIBA

Curitiba possui, segundo dados do IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), um total de 190,4 quilômetros de estruturas cicloviárias existentes, entre elas 169,6km de ciclovias oficiais, 6,3km de ciclofaixas em Vias Calmas*, 2,3km de ciclofaixa, 12,2km de ciclorotas além de 126 conjuntos de paraciclos disponíveis em locais públicos. Além de possuir mais 90,8km de estruturas em construção. Ainda assim, a cidade ainda não possui uma estrutura adequada para o deslocamento por bicicleta, as vias possuem grande concentração na área central, deixando pouco ou nenhum acesso por via adequada aos bairros mais periféricos.

 O professor e coordenador do Projeto Ciclovida da Universidade Federal do Paraná (UFPR), José Carlos Belotto, diz que Curitiba é uma das cidades brasileiras com mais condições de adequar sua infraestrutura e atingir o padrão de mobilidade verificado em muitos países europeus, como na Holanda. “Mas, para isso, é preciso construir mais ciclovias que não se restrinjam ao centro da cidade e que interligam os bairros”

Segundo o vereador Goura Nataraj (PDT) as conquistas devem partir de demandas e reivindicações populares, mas precisam do apoio do governo para ser efetivadas. Na cidade, até mesmo as empresas de ônibus pressionam em sentido contrário ao da mobilidade alternativa. “Por muito tempo a Urbs achou que incentivar a bicicleta ia desestimular as pessoas a usarem ônibus, trazendo prejuízo para seus lucros.” Onde em pleno 2018, com a ampliação da utilização de meios compartilhados, inovadores e sustentáveis, Curitiba mostra uma não concordância com sua propaganda de cidade sustentável, não mostrando opção alguma para compartilhamento de transportes alternativos.

 

*Vias Calmas: Via Calma é um projeto implantado pela Prefeitura de Curitiba, no ano de 2014, cujo propósito é promover vias compartilhadas entre carros, motos e bicicletas, com velocidade reduzida (30km) e monitorada, onde ciclistas possuem faixa prioritária e travessias elevadas para pedestres, sendo uma área onde pedestres e ciclistas possam transitar com maior segurança.

G E R A L

 

Concepção projetual de um modelo de bicicletário para uso compartilhado, automatizado e interativo, a ser implementado na cidade de Curitiba - PR.

 

E S P E C Í F I C O

Analisar o atual cenário cicloviário da cidade de Curitiba, projetos e grupos relacionados e pessoas que utilizam a bicicleta como meio de locomoção urbano. Para então projetar o um modelo de bicicletário de uso compartilhado, automatizado e interativo, que possa assim ser mais uma opção para os habitantes de locomoverem na cidade, sem ter que de fato adquirir uma bicicleta. Além de ser um local público de uso livre, para descanso, entretenimento e socialização urbana.

SIMI-

LARES

bike

fácil

ofo

mo

bike

loop

bike

sampa

ciclo

sampa

Uma empresa curitibana, especializada em desenvolver soluções para estacionamento e compartilhamento de bicicletas. Seus projetos se destacam pelo uso do design thinking em sua concepção, por priorizar a ergonomia, segurança e conforto dos ciclistas. A empresa produz modelos comerciais de paraciclos, além de sistemas de compartilhamento de bicicletas para condomínios e bicicletários de experiência completa para shoppings e empresas. (Empresa auxiliou esse projeto logo em seu início).

A empresa fundada em 2014 na cidade de Pequim, China, é considerada como a primeira e maior rede de compartilhamento de bicicletas livres de estação, oferecendo a solução para o transporte de curta distância. Com mais de 10 milhões de bicicletas presentes em mais de 20 países, a empresa também  conta com mais de 200 milhões de usuários.

Também de Pequim, a empresa fundada em 2015, possui características similares à Ofo. Tendo como missão promover o uso de transportes compartilhados para o uso em curtas distâncias, enquanto reduz o congestionamento e a emissão de carbono, promovendo a qualidade de vida urbana.Também utiliza o sistema livre de estações.

 

De Porto-Alegre, a empresa se considera como o primeiro sistema virtual de compartilhamento de bicicletas da América Latina. Oferece acesso a bicicletas de qualidade e uma boa experiência ao usuário, de forma a incentivar a inserção da bicicleta no dia a dia das pessoas. Utiliza o sistema de estações físicas.

Uma parceria entre o Banco Itaú e a Prefeitura da cidade de São Paulo, que também se espalhou por outras capitais brasileiras, o modelo funciona com sistemas de estações, e aluguel por aplicativo com planos pré definidos.


 

Iniciativa da Prefeitura de São Paulo com o apoio da Bradesco Seguros e do Movimento Conviva, conta com 17 estações interligadas aos pontos cicloviários e a CicloFaixa.

Bike Sampa, 30 de Janeiro de 2018 |  Foto: Heloísa Ballarini / SECOM

IT

DP

Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento,

organização sem fins lucrativos, constituída em Washington, D.C. em 1985 e sediada na cidade de Nova York, com sedes em diversas cidades do mundo, e no Brasil estão presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. “A missão do 

ITDP é promover o transporte ambientalmente sustentável e equitativo em todo o mundo. Trabalhamos com os governos municipais para implementar projetos de transporte e desenvolvimento urbano que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e a poluição, ao mesmo tempo que impulsionam a habitabilidade urbana e as oportunidades econômicas.”

O ITDP é composto por alguns dos maiores especialistas do mundo em transporte urbano sustentável e tem ampla experiência em enfrentar problemas de congestionamento, poluição e exclusão social em inúmeras cidades do mundo todo por meio de reformas políticas e implementação de projetos. Todo o trabalho do ITDP busca o equilíbrio entre o  crescimento e o planejamento de baixo carbono com estratégias socialmente justas e economicamente eficientes.

Segundo eles, em seu Guia de Planejamento de Sistemas de Compartilhamento de Bicicletas (link disponível abaixo) , as características que os sistemas de compartilhamento de bicicleta de maior sucesso do mundo tem em comum são:

• Sistema de travamento totalmente automático que permite aos usuários retirarem e devolverem suas bicicletas às estações. • Sistema de rastreamento sem fio – por exemplo, por meio de dispositivos de identificação de radiofrequência (RFID) – que localiza onde a bicicleta foi retirada e devolvida, além de identificar o usuário.

• Acompanhamento em tempo real da ocupação das estações por serviços móveis, como por exemplo o GPRS (serviço de rádio de pacote geral).

• Informações em tempo real para os usuários por diversos canais, como internet, celulares e/ou terminais locais.

 

Seguindo essas características, das quais são comprovadamente eficazes, foi iniciado então o desenvolvimento do projeto Cletos.

ECONOMIA

COMPARTILHADA

Segundo o colunista do New York Times, Thomas Friedman, em meio a crise de 2008,  tanto a mãe natureza quanto o mercado chegaram a um limite e declararam que o modelo hiper consumista em vigência não era mais sustentável. E com a percepção desses fatos, junto a necessidade de cortar gastos, e da conscientização de 

consumo e preservação dos escassos recursos naturais, surge então a ideia do compartilhamento de bens, onde você ao invés de comprar um produto, você compra sua função. Um exemplo disso, você necessita instalar uma prateleira em sua casa. E para isso você terá de furar sua parede, mas não possui uma furadeira, nem pessoas que você conhece, logo, as opções são comprar uma furadeira nova, que terá um valor alto e permanecerá em sua casa sem uso, ou utilizar uma plataforma de aluguéis, onde você pagará um valor baixo e acessível, ajudará financeiramente uma pessoa que está com esse item sem uso em sua casa, e não terá mais uma furadeira sem uso no mundo.

Segundo a especialista Rachel Botsman, a economia compartilhada contempla 3 possíveis tipos de sistemas:

MERCADOS DE REDISTRIBUIÇÃO

ocorre quando um item usado passa de um local onde ele não é mais necessário para onde ele é. Baseia-se no princípio do “reduza, re-use, recicle, repare e redistribua”.

SISTEMAS DE PRODUTOS E SERVIÇOS

ocorre quando o consumidor paga pelo benefício do produto e não pelo produto em si. Tem como base o princípio de que aquilo que precisamos não é um CD e sim a música que toca nele, o que precisamos é um buraco na parede e não uma furadeira, e se aplica a praticamente qualquer bem.

ESTILOS DE

VIDA COLABO-

RATIVOS

baseia-se no compartilhamento de recursos, tais como dinheiro, habilidades e tempo.

ESTUDOS

Para nortear o desenvolvimento do projeto, foram aplicados dois questionários,  compartilhados em dois grupos do Facebook, onde os membros cursam/lecionam Design na UNESP de Bauru, outro onde os membros são todos ciclistas urbanos, do Brasil e outros países, e outro de habitantes de Curitiba.

O primeiro questionário, foi realizada com 245 participantes, e tinha o objetivo de entender o possível público que usaria o projeto, onde desses 254, 109 afirmam que não possuem bicicleta, mas que pretendem ter, e que 147 a utilizam (ou utilizariam, caso tivessem) como o principal meio de locomoção.

Outros fatores analisados são os motivos que dificultam ou impedem a aquisição de bicicletas, onde 20% dos participantes afirmam que possuem medo de deixá-la presa em paraciclos públicos, 19,2% considera como um alto custo para aquisição, 10,2 não utilizam/ utilizariam por falta de locais específicos para prendê-la, 6,5% afirmam não possuir espaço em casa e 2,4% dizem que o empecilho é o alto custo para manutenção.

Infográfico com os resultados da primeira pesquisa | Acervo pessoal

Outro fator que foi levado em consideração, é a utilização da bicicleta como meio de libertação feminina, onde em pesquisa aplicada á 96 participantes, todas mulheres, 55,3% afirmam que o principal motivo que as levaram a utilizar a bicicleta como principal meio de transporte é o de sentir-se segura e confiante para locomover-se sozinha, e quando perguntadas se houvesse um sistema de compartilhamento de bicicletas próximo ao trabalho, casa, estação, terminal e afins, que tivesse acesso prioritário para mulheres, principalmente em períodos noturnos, a maioria afirma que sim, e alguns dos relatos que mais se destacam são:

“Com toda certeza! A bicicleta quando começou a ser utilizada pelas mulheres foi um sinônimo de liberdade a autonomia, eu me sinto muito mais segura em duas rodas, acho que essa ideia pode ajudar a diminuir o número de assédios e assaltadas no período da noite, trazendo autonomia, segurança e auto estima pra mulher.“  Anônimo.

“Sim, eu usaria. Pois os maiores percursos que eu faço durante a noite são os que demonstram mais perigos para mim, vários casos de assaltos ou estupros relatados por mulheres. Com a bicicleta eu me sinto um pouco mais segura por conta da facilidade da locomoção de um lugar para o outro e o tempo gasto é menor.” Anônimo.

TES

TES DE FOR

MA

Após todas as análises e definições de projeto feitas, inicia-se os testes de forma para o modelo de estação Cletos.

Foram utilizados processos manuais como dobras de papel sulfite, e digitais, como o software SketchUp, para uma modelagem mais livre, Cinema 4D para renderização e Photoshop para edição final. Nesse processo, todas os testes foram compartilhados no blog www.zafazumtcc.tumblr.com.

TESTE N2

Já no segundo teste a usabilidade começa a ser levada em consideração. O material testado ainda era o aço, assim como no primeiro.

TESTE N4

Essas simples ações podem gerar diversos impactos positivos, e em grandes escalas, como reduzir impactos ambientais através da quantidade de bens a serem fabricados (pois ao diminuir a procura, a fabricação deverá se ajustar), reduzindo a emissão de carbono e a escassez de matérias primas naturais; Incentivar o consumo sustentável em sua cidade, e logo em todo o mundo, além de descentralizar a monetização das grandes indústrias.

Sendo assim, o projeto Cletos foi pensado seguindo esse modelo de economia, onde as pessoas adquirem um meio de locomover-se, não uma bicicleta. Da qual quando você terminar de utilizar, ela estará disponível para que outra pessoa então possa se locomover. Uma bicicleta, várias pessoas que podem utilizá-la. E com isso, o consumo de bens é reduzido.

DESENVOLVIMENTO

Levando em consideração todas as informações coletadas de possíveis usuários da rede de compartilhamento além dos referenciais utilizados na pesquisa, foi definido o funcionamento inicial do modelo de estação Cletos.

 

Completamente digital, as estações seriam posicionadas em pontos estratégicos da cidade, próximas a terminais e pontos turísticos, atendendo desde a população da região metropolitana até turistas, disponibilizando além de um local para descanso e interação, bicicletas para passeios, transporte e exercício para o público.

 

As estações contarão com uma estética única, chamando a atenção por destoar de seu entorno. Contando com cartazes explicando a proposta e seu funcionamento, além de identificações em seu corpo.

Primeiros rabiscos da forma da estação | Acervo pessoal.

Nesse primeiro teste, foi levado em consideração influências do movimento concretista, mais especificamente da artista plástica Lygia Clark e da arquiteta Lina Bo. Nota-se que por ser o teste inicial, a usabilidade não havia sido definida.

TESTE N1

TESTE N3

Continuando as experimentações plásticas, a ideia de uma forma completamente amorfa, como uma escultura, é adotada.

A partir desse momento, testa-se sua forma já próxima da esperada, atendendo seus propósitos de usabilidade, como banco público e estação para compartilhamento de bicicletas. Também tem seu material alterado para o concreto, se assemelhando mais aos mobiliários públicos urbanos tradicionais.

FINAL

Chega-se na forma final da estação Cletos. Uma estrutura sólida e resistente, com espaço para sentar, brincar, utilizar para fazer manobras de skate/ patins, e o principal, servir de doca para as bicicletas de uso compartilhado. Podendo também ser um espaço para intervenções artísticas e culturais.

PRODUÇÃO

FÍSICA

Para sua produção física, o material indicado é concreto perfurado, para a utilização de placas de led abaixo de sua estrutura externa. O concreto, por ser um material comumente utilizado em mobiliários públicos, além de possuir grande resistência a intempéries, e de fácil implantação em espaços públicos. As placas de led servirão como a parte atrativa para a interação com os usuários, 

onde em cada ação em conjunto com o aplicativo e o usuário, resultará em diferentes interações luminosas. Seu tamanho estrutural (da estação) fora pensado para se adequar á uma vaga de um carro de porte médio/ grande, ocupando uma área total de 2,5m por 5,5m. Podendo assim abrigar o total (em sua fase de implantação inicial) de 6 bicicletas.

O sistema de trava da estação funcionará com um modelo similar ao utilizado nos demais sistemas de compartilhamento, onde em cada bicicleta terá uma barra com um furo, e ao encaixar na doca desejada, uma barra deslizará e travará a mesma na estação.

CONSIDERAÇÕES

Ao final desse relatório, pode-se concluir que este projeto ainda encontra-se bem longe de seu real final. A intenção agora, é fazer parcerias reais com órgãos e entidades de trânsito, ciclomobilidade e inovação da cidade de Curitiba, para enfim dar andamento nessa ideia, e que por fim, quem sabe ser colocada em prática e implantada.

Espero ainda atualizar esse site com novas informações a respeito do andamento do Cletos. Mas por agora, apenas gostaria de agradecer a oportunidade de fazer um projeto meu, com total liberdade de criar e colocar em prática todo o conteúdo passado durante a faculdade.

TESTE N5

Em seu 5º teste de forma, chega em seu resultado final. Onde atende tanto seu propósito estético quanto funcional.

POSICIONAMENTO  DAS ESTAÇÕES

A definição dos locais das estações foi realizada em conjunto com possíveis usuários, moradores da cidade de Curitiba e Região Metropolitana, que possuem interesse na implantação de um sistema de compartilhamento de bicicletas.

E para isso, foi levado em consideração o local onde a pessoa mora, compromissos diários (casa - faculdade, faculdade - trabalho) 

e demais percursos. Após essas informações, foi questionado como a pessoa realiza esse trajeto, e seu gasto diário para locomover-se.

Com essas informações, foi elaborado um mapa colaborativo (disponível aqui), onde as pessoas indicavam locais que seriam convenientes para o uso delas levando em consideração demais usuários.

O resultado, em resumo, são locais com grande fluxo de pessoas, como próximos a terminais, universidades, parques e com fácil acesso a ciclovias, ciclofaixas e via calma.

Mapa aberto para posicionamento das estações. Disponível em: https://drive.google.com/open?id=1IhnQihL7pfVTUro2v1fNowUBj21l_WFB&usp=sharing

O funcionamento se dará por cadastro do usuário via online, onde será solicitado informações básicas como nome, endereço, documentos (e fotos para comprovação dos dados fornecidos, por segurança) e cartão de crédito. Onde também serão oferecidos planos

(Você também pode acessar a aba  “modo de usar” no menu acima para uma explicação mais simplificada).

USABILIDADE

para o usuário optar pela opção que melhor se aplica a sua rotina, como planos anuais, mensais, semanais e diários, ou de viagens única, onde o aluguel será debitado apenas quando o usuário utilizar a bicicleta. Os valores para uso não serão definidos nesta parte do processo, pois depende de outros setores de estudos, e não apenas do conceito, mas seguirá a lógica de que deverá ser mais em conta do que o transporte público (R$4,25), e as opções por plano seja mais vantajoso para o usuário do que a viagem individual, incentivando sua utilização frequente.

Após efetuado o cadastro, o usuário poderá utilizar o aplicativo para localizar estações próximas, planejar sua rota considerando estações próximas para devolver a bicicleta, ver quantas bicicletas ou vagas está disponível em cada uma delas, além da possibilidade de realizar a reserva por um curto período de tempo, para evitar a frustração de locomover-se até a estação e não encontrar mais bicicletas disponíveis. Nessa fase, a estação contará com outro atrativo, pensado para ser instalado em algumas das estações, é que quando o usuário ativar a opção que o guiará até a estação mais próxima, a mesma receberá informações de aproximação do usuário e começará a brilhar mais forte com sua aproximação.

 

Para destravar uma bicicleta, o usuário deverá selecionar no aplicativo qual bicicleta deseja utilizar, e se a conta do mesmo estiver com todos os dados verificados, a estação receberá os dados, iluminará a doca selecionada e destravará a bicicleta e se iluminará por completo quando a mesma for retirada.

 

Após retirada a bicicleta, o aplicativo traçará a rota do usuário até a estação mais próxima do destino final, onde o mesmo poderá retornar a bicicleta, outra interação, é a da estação se iluminará de forma a “seguir” o usuário até que este se afaste de sua face.

 

Por último, ao se aproximar da estação estimada pelo aplicativo, a mesma se iluminará até por fim a bicicleta ser encaixada e a viagem encerrada. Nesse momento o aplicativo atualizará o status da viagem, e mostrará uma rápida pesquisa de satisfação para avaliar a experiência, usabilidade do sistema e situação das estações e bicicleta utilizadas.

 

Durante o percurso do usuário, além da opção do aplicativo ir dando as coordenadas, um botão de suporte estará em evidência. Onde quando acionado, a central será ativada a entrar em contato com o usuário, para dar qualquer apoio necessário, desde rápida manutenção da bicicleta, até acionamento de socorro especial.

 

Outro fator a ser levado em consideração em seu desenvolvimento, é a de que nos períodos noturnos, usuárias mulheres terão prioridade para a reserva de bicicletas, e descontos no valor da viagem, incentivando o maior uso desse público para sentir-sem seguras para sair de noite, seja para voltarem para casa depois do trabalho, entre outros motivos.

Simulação da estação na praça Rui Barbosa, Centro de Curitiba. | Acervo Pessoal
Tela inicial do aplicativo Cletos | Acervo Pessoal

BIBLIOGRAFIA

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Por que os sistemas de Bike Sharing tem tantos problemas no Brasil? Disponível em: <http://outracidade.uol.com.br/por-que-os-sistemas-de-bike-sharing-tem-tantos-problemas-no-brasil/

http://www.scielo.br/pdf/urbe/v9n2/2175-3369-urbe-2175-3369009002AO13.pdf> Acesso em 21 de mar de 2018.

 

Pesquisadores apontam muitos obstáculos ao uso da bicicleta em Curitiba. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/futuro-das-cidades/pesquisadores-apontam-muitos-obstaculos-ao-uso-da-bicicleta-em-curitiba-5rrxaszj744kv6roxywff0xoi> Acesso em 30 de mar. de 2018.

 

Diretrizes para estacionamentos de bicicletas. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/v8cicloturismo/bicicletario-3761540> Acesso em 20 de mar. de 2018.

 

Guia de Planejamento de Sistemas de Bicicletas Compartilhadas. Disponível em: <https://www.itdp.org/wp-content/uploads/2013/12/ITDP-Brasil_Guia-de-Planejamento-de-Sistemas-de-Bicicletas-Compartilhadas.pdf> Acesso em 20 de mar. de 2018.

 

Lei que trata da Política Nacional de Mobilidade Urbana Completa Cinco Anos. Disponível em : <http://www.cnt.org.br/Imprensa/noticia/lei-que-trata-da-politica-nacional-de-mobilidade-urbana-completa-cinco-anos> Acesso em 31 de mar de 2018.

 

Curitiba amplia estrutura Cicloviária em 71% e estimula mais gente a pedalar. Disponível em <http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/curitiba-amplia-estrutura-cicloviaria-em-71-e-estimula-mais-gente-a-pedalar/40089> Acesso em 21 de mar. de 2018.

 

Entendendo o conceito: O que é economia compartilhada? Disponível em: <https://consumocolaborativo.cc/entendendo-o-conceito-o-que-e-economia-compartilhada/> Acesso em 31 de jun. de 2018.

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